Regresso

Pois bem, dizem — não sei bem onde — que somos uma pessoa diferente a cada sete anos. Pois, depois de passar por muita coisa (casamento, empresa, tese, algumas infelicidades, e agora a maior felicidade de todas, com um filho), leio o que escrevi há sete anos, no lançamento deste blogue, e parece-me que sou o mesmo. Até na questão da tese (agora outra...).

Claro que é enganador. Há coisas que mudam e não se dizem. Outras que mudam e não se vêem. Outras vêem-se demasiado. Enfim, o blogue é que importa, porque no fundo o autor não existe, não é assim?

Não sendo este um blogue virgem, como era nos idos de 2005, anda muito abstinente. Há que dizer que andei por outras paragens bloguísticas: um outro Ingleses Constipados, no Sapo, o Curiosamente, e ainda blogues profissionais — para não esquecer o Freguesia do Oriente e ainda uma ou outra tentativa de que não me quero lembrar. Há ainda o Bicionário, a que volto às vezes.


Foram anos agitados, de falsas partidas, partidas a sério, algumas chegadas e por aí fora. E ainda o Facebook, as páginas do Facebook, o Twitter, etc. E o trabalho, e os projectos, e as viagens, e o fervilhar dos dias. Felizmente, mesmo quando custa. Como expliquei nesse primeiro texto deste blogue, no meio de tanta coisa e de tantas palavras (e de certas palavras...), há esta necessidade irritante de deixar os restos das palavras nalgum lado. Se começasse agora, chamava a isto Outras Palavras. Enfim. Avancemos. A folha parece branca de novo, mas como diz a epígrafe steineriana (dá sempre bom aspecto adjectivar autores, ou não) do Origem das Espécies, "We have no more beginnings." Continuemos, pois.

Ah, sim, para quê... Não é para muita gente. É sobre tradução, línguas, os mundos todos que existem no mundo. É sobre Espanha, Portugal, Inglaterra, não necessariamente por esta ordem (mas apeteceu-me pôr a Espanha em primeiro só para provocar).

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