Podemos algum dia chegar a zero acidentes de aviação por ano?

Encontro este comentário numa qualquer notícia sobre o acidente nos Alpes (não corrigi a ortografia):
Para quando verdadeiras medidas de segurança para quem viaja de avião, inventam de tudo para prevenir as quedas, nuns é porque o piloto automatico nao funcionou, noutros é porque funcionou, noutros é erro humano ou defeito de fabrico, mas e que medidas existem para quando se está a cair? Não seriam preferiveis viagens mais demoradas e mais caras mas mais seguras? Este vicio que as pessoas têm de tentar fazer tudo com o minimo tem consequencias, mesmo tratando-se do meio de transporte mais seguro não podemos esquecer que normalmente em caso de acidente nao existe escapatória.
Fazer tudo com o mínimo?

Quem quer que tenha escrito o comentário acha mesmo que a aviação faz o mínimo para evitar acidentes. Na realidade, a indústria da aviação faz tudo e mais alguma coisa para evitar acidentes. Há pior publicidade do que abrir os telejornais com uma centena e meia de clientes mortos?

Sei que custa ouvir isto num dia como estes — e custaria ainda mais a qualquer familiar das vítimas — mas a verdade é esta: os acidentes de aviação são raríssimos. Por dia, há larguíssimos milhares de voos em todo o mundo. Que aconteçam meia dúzia de acidentes por ano é praticamente inevitável, por mais segurança que se imponha.

E, na verdade, a segurança é imensa. Tudo é verificado vezes sem conta. As medidas de segurança têm melhorado ao longo de décadas, tanto que, hoje, as mortes são em muito menor número do que há umas décadas atrás, apesar de haver muitos mais aviões no ar:




Há uma forma de exigir a perfeição e eliminar acidentes: proibir a aviação comercial.

Tirando essa solução radical, nunca chegaremos ao zero.

O que não significa que não devamos tentar... Ninguém pode ficar de braços cruzados: quando acontece um acidente, devemos investigá-lo a fundo para evitar que o mesmo problema mate mais alguma pessoa.

Mas hão-de aparecer sempre novos riscos e problemas.

Afinal, até estar em casa sentado tem algum risco.

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